quarta-feira, 20 de maio de 2015

«Que todos sejam um» João 17,11b-19.



Actos dos Apóstolos 20,28-38. 
Naqueles dias, disse Paulo aos anciãos da Igreja de Éfeso: «Tende cuidado convosco e com todo o rebanho, do qual o Espírito Santo vos constituiu vigilantes para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho.
Eu sei que, depois da minha partida, se hão-de introduzir entre vós lobos devoradores que não pouparão o rebanho.
De entre vós mesmos se hão-de erguer homens com palavras perversas, para arrastarem os discípulos atrás de si.
Por isso, sede vigilantes e lembrai-vos que, durante três anos, noite e dia, não cessei de exortar com lágrimas cada um de vós.
Agora entrego-vos a Deus e à palavra da sua graça, que tem o poder de construir o edifício e conceder a herança a todos os santificados.
Não desejei prata, ouro ou vestuário de ninguém.
Vós próprios sabeis que estas mãos proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros.
Em tudo vos mostrei que é trabalhando assim que devemos acudir aos mais fracos; e recordo-vos as palavras do Senhor Jesus: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’».
Dito isto, Paulo pôs-se de joelhos e orou com eles.
Todos romperam em pranto e, lançando-se ao pescoço de Paulo, começaram a abraçá-lo,
consternados sobretudo por ele lhes ter dito que não mais tornariam a ver o seu rosto. Em seguida, acompanharam-no até ao barco.



Livro de Salmos 68(67),29-30.33-35a.35b-36c
Mostrai, Senhor, o vosso poder,
confirmai o que por nós fizestes.
No vosso templo, em Jerusalém,
os reis vos oferecem presentes.

Reinos da terra, cantai a Deus,
entoai hinos ao Senhor,
a Ele que avança pelos céus altíssimos
e faz ouvir a sua voz poderosa.

Sobre Israel resplandece a sua majestade
e nas nuvens está o seu poder.
O Deus de Israel dá força e poder ao seu povo.
Bendito seja Deus.




Evangelho segundo S. João 17,11b-19. 

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e orou deste modo: «Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para que sejam um, como Nós.
Quando Eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que Me deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição; e assim se cumpriu a Escritura.
Mas agora vou para Ti; e digo isto no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria.
Dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os, por não serem do mundo, como Eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Eles não são do mundo, como Eu não sou do mundo.
Consagra-os na verdade. A tua palavra é a verdade.
Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.
Eu consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade».

«Que todos sejam um»

Irmãos, quem será pois tão criminoso e obstinado na sua paixão pela discórdia, que imagine que se pode questionar e que ousasse ele próprio rasgar a unidade de Deus, as vestes do Senhor, a Igreja de Cristo? (Jo 19,24) Pois não é certo que Deus faz ouvir, no seu Evangelho, esta advertência: «Haverá um só rebanho e um só pastor» (Jo 10,16)? Depois disto, ainda haverá alguém que pense que, num mesmo lugar, pode haver vários pastores e vários rebanhos? Vede como também o apóstolo Paulo nos recomenda esta unidade: «Peço-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo: mantende-vos de acordo uns com os outros, para que não haja divisões. Sede estreitamente unidos no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar» (1Cor 1,10). «Suportai-vos uns aos outros no amor. Mantende entre vós laços de paz, para conservardes a unidade do Espírito» (Ef 4,2-3).

E tu julgas que podes permanecer de pé e vivo se abandonares a Igreja para estabeleceres algures a tua morada e afastares dela a tua habitação? [...] Pois não diz Ele no Êxodo, a propósito da Páscoa, que o cordeiro, imolado em prefiguração de Cristo, deve ser comido numa mesma casa? (Ex 12,46) Não podemos deitar fora a carne de Cristo, o santo do Senhor; para os crentes, não há outra morada senão a Igreja. É esta casa, esta habitação de família unida, que é designada pelo Espírito Santo quando diz num salmo: «Deus faz habitar numa mesma casa os corações unânimes» (cf 86,7). É na casa de Deus, na Igreja de Cristo, que vivem os corações unânimes; é aí que podem permanecer na paz e na simplicidade.

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